terça-feira, 13 de novembro de 2018

O nó no lençol

O nó no lençol
Numa reunião de pais numa escola, a professora
ressalvava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que
se mostrassem presentes, o máximo possível... Considerava que, embora
a maioria dos pais e mães trabalhasse fora, deveriam arranjar tempo
para se dedicar às crianças. Mas a professora ficou surpreendida
quando um pai se levantou e explicou, humildemente, que não tinha
tempo de falar com o filho nem de vê-lo durante a semana, porque
quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava a
dormir e quando regressava do trabalho era muito tarde e o filho já
dormia. Explicou, ainda, que tinha de trabalhar tanto para garantir o
sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado
por não ter tempo para o filho e que tentava compensá-lo indo beijá-lo
todas as noites quando chegava em casa. Mas, para que o filho soubesse
da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso
acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o
filho acordava e via o nó, sabia logo, que o pai tinha estado ali e o
tinha beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles. A professora
emocionou-se com aquela história e ficou surpreendida quando constatou
que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola. Este
facto, faz-nos reflectir sobre as muitas maneiras de as pessoas se
mostrarem presentes, e de comunicarem com os outros. Aquele pai
encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é
que o filho percebia, através do nó, o que o pai estava a dizer.
Simples gestos, como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para
aquele filho, muito mais do que presentes ou a presença indiferente de
outros pais. É por essa razão que um beijo cura a dor de cabeça, o
arranhão no joelho, ou o medo do escuro... É importante que nos
preocupemos com os outros, mas é também importante que os outros o
saibam e que o sintam. As pessoas podem não entender o significado de
muitas palavras, mas sabem reconhecer um gesto de amor. Mesmo que esse
gesto seja apenas e só, um nó num lençol...
Texto de autor desconhecido, adaptado por eduardo Jorge Moinhos Cachim, Professor do 1º CEB.

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