Há muitos, muitos anos na floresta mágica ouviu-se um
rugido de dor, intenso, arrepiante, desconcertante...Todos os animais se
esconderam!
Os coelhos nas tocas, os esquilos nas árvores e os pássaros
voaram para longe. Era um rugido tão assustador, aterrador, de tal forma alto e
dorido que ecoava por toda a floresta e nos tímpanos de todos os animais.
Estava o coelho Tomás à procura da sua toca para se esconder
quando, de repente, aparece um pequeno caçador que andava por ali perdido. Também
ele curioso acerca de tão assustador rugido.
Disse o pequeno caçador assaz:
- Não tenhas medo coelhinho que eu te protegerei e com a minha
arma dispararei trás pás pás! E o monstro que
nos aterroriza por certo morrerá. Como te chamas coelhinho bonito e tão
branquinho?
- Meu nome, pequeno amigo, de geração em geração tem passado, há
quem diga que é maldição ou talvez não, mas por mais vezes que o digas o meu nome
não mudarás, eu sou da 23ª geração dos coelhos Tomás!!!
Estavam eles no meio de toda esta conversa, quando ouviram um
rugido ainda mais feroz que de longe se fez perto e de rugido se fez uivo,
afinal aproximava-se o detestável lobo mau que nas patas dianteiras trazia um
pau, dizendo aos outros amigos:
- Não recuem, não recuem pois eu estarei aqui e vos protegerei
com este pau!
O coelho e o menino caçador depressa relaxaram ao ver que o lobo
mau estava ainda mais assustado do que eles. Perguntou o coelho aos outros
dois:
- Mas o que será que se passa nesta floresta que nunca antes na
vida tinham os meus tímpanos vibrado de forma tão intensa, perante um tão
distinto rugido?
Estavam os três na conversa quando de repente do meio do
mato e das silvas salta o leão Come Rojão, assim conhecido por a sua dieta ser
apenas à base de carnes vermelhas e como estamos na floresta mágica a sua
comida favorita era carne de porco, javali, veado, bisonte, cabra do monte,
orelha de ovelha, mão de vaca, cabrito e costeletas de hipopótamo, tudo frito e
bem regado com um molho muito rico à base de açúcar amarelo, batata
doce e sumo de uva fermentado que para melhorar a textura era por fim
engrossado com o sangue das suas presas. O leão Come Rojão outrora o rei orgulhoso
desta floresta, com gosto afirmava que todas as suas refeições eram doces como
os manjares dos Deuses.
Só que nesta ocasião após aterrar ao pé dos nossos três amigos
via-se na sua feição que de dor padecia. Que neste dia por alguma razão, muito
sofria, depois de um “aaaaaaahhhhhh!” coletivo o leão
disse assim:
- Não se assustem meus amigos que fome não tenho nenhuma,
doem-me tanto os dentes que hoje nem consigo comer caruma!
O menino caçador disse então para o leão:
- Quando não ando aos tiros tenho uma broca na mão!!! Senta-te
aqui neste tronco e chega-te para trás, abre um pouco a boca para que possa ver
o mal que essa dor te traz...
Enquanto isto decorria, o lobo mau disse:
- Oh Sr. Rojão, antigamente quando só carne comia, por vezes
também dessa dor padecia, desse tão grande tormento que de descanso não
nos dá um momento, que é ter uma cárie no dente! Está a ver este pau que eu
trago? Habituei-me a utilizar quer como escova, quer como palito e após cada
refeição comecei a dedicar-me a limpar a dentadura e desde então, milagre dos
milagres, dores, cáries e gengivites, e todas essas chatices nunca mais senti.
Chegando até ao ponto de mudar a minha dieta alimentar!
Nisto o coelho que estava muito calado, arreganhou a taxa,
mostrando uns grandes, lindos e brancos dentes que de tão brancos até
brilhavam!!! O leão ao ver aquilo disse logo:
- Ó Senhor Coelhinho diga-me lá como faz para ter uns dentes tão
saudáveis?
A resposta foi dada pelo menino caçador dentista que após
análise minuciosa tinha identificado quatro caninos com cáries tão grandes, tão
grandes, mas tão grandes que dentro delas até viviam quatro pequenos ratinhos e
disse assim:
- Ó Senhor leão
estas cáries vou-lhe tratar, mas a partir de hoje os hábitos alimentares tem de
mudar e passar a ter uma alimentação saudável e equilibrada e não se
esqueça que após cada refeição os seus dentes tem que lavar. Esta é a única
maneira de no resto da vida nunca mais ter cáries a o atormentar!...
AUTOR: Eduardo
Jorge Moinhos Cachim, Professor do 1º CEB.
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